
Sabe aquela frase “tenha fé porque até no lixão nasce flor”? Ela faz parte de uma letra dos Racionais, né?! Mas, a verdade é que poderia muito ser um resumo sobre a minha vida. Pra você entender, meu nome é Patrick Alexandre Natividade - mas, pode me chamar de Nativa, tá? - e eu nasci em 1998, em Florianópolis. Como qualquer menino brasileiro, meu sonho era ser jogador de futebol. E, como você já deve saber, eu não consegui cumprir esse desejo. Mas, o que você talvez ainda não tenha noção é de como foi o meu caminho para chegar até aqui e do quanto essa trajetória influenciou no que eu me tornei.
Eu não consegui me dar bem no mundo da bola, mas a vida continuou girando e eu não podia me dar o luxo de só lamentar. Então, eu tentei, literalmente, de tudo. Eu comecei trabalhando em uma farmácia e esse, nem de longe, era o lugar onde queria estar. Veio a oportunidade, então, de ser recepcionista em um banco e, por alguns instantes, eu achei que as coisas iam melhorar. Mas, a esperança durou só até eu pisar lá. Eu aprendi lições valiosas em um trabalho que, todos os dias, testava a minha fé, tanto em mim mesmo, quanto no ser humano. Eu não sei dizer quantos dias eu pensei que o meu destino era não dar certo - até porque, pra muitos ali, um menino preto como eu já tinha ido longe demais.
E, por isso, durante algum tempo eu só queria ficar longe de todo mundo. Aí, trabalhar de gari não me pareceu uma ideia ruim. E a verdade é que eu fui muito feliz fazendo aquilo. Eu recuperei minha alegria e voltei a sonhar. Quando meu contrato acabou, eu consegui juntar dinheiro suficiente para comprar um celular. Jogar games sempre foi um passatempo. Eu só não esperava que fosse mudar a minha vida.
E eu falei de fé e do lixo lá no começo, lembra? Essas palavras significam muito pra mim, elas são a minha virada de chave. Com o celular que a grana “do lixo” me deu, eu recuperei minha fé nas pessoas. O tempo passou e das lives no YouTube por hobbie eu fui pra organizações de verdade e virei até o Rei do Solo. Eu encarei o Free Fire da mesma maneira que os desafios que aparecem na minha vida. Eu fui pra cima. Hoje, eu digo, sem dúvidas, que eu cheguei mais longe do que sonhei. E é por isso que eu não vou parar por aqui. Eu tô pronto para escrever mais capítulos dessa história, agora, numa nova etapa na Miners. Esse trem é a minha casa e essa tropa é a minha família. Go, Miners.